quarta-feira, 2 de março de 2011

O erigir da Cruz

“E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado” (Jo 3:14)

O povo de Israel, estando no deserto por muitos dias, entrou numa angústia muito grande, pois lhes faltava pão e água. Se voltaram contra Deus e contra Moisés com murmurações. Desconsideraram tudo o que Deus lhes havia feito. Ao invés de gratidão, seus corações transbordaram de rebeldia.

Como toda injustiça é passível de punição (pois toda injustiça é pecado, e o salário do pecado é a morte), não seria diferente com essa. A ingratidão é uma injustiça contra a bondade e a rebeldia é uma injustiça contra quem é devido honra. Os israelitas cometeram as duas: foram ingratos e rebeldes. Como punição receberam um flagelo com serpentes que picavam o povo e muitos morreram por isso.

Sabendo que o Senhor é longânimo, clamaram por misericórdia e alcançaram o favor de Deus. Moisés, instruído por Deus, construiu uma serpente à semelhança das que matavam o povo. Aquele que fosse picado, devia, apenas, olhar para a serpente de metal que havia sido erguida numa haste e logo ficaria curado.

A mesma história vem acontecendo desde Adão. Todo ser humano, em número, gênero e grau é tão injusto quanto os israelitas. Não há um só justo, nenhum sequer. Todos são ingratos e rebeldes. Por consequência todos são merecedores de castigo.

A serpente que picou o ser humano chama-se pecado e é da espécie rebeldinus ingratus. O problema é que o veneno dessa serpente permanece inoculado no corpo por um tempo, mas é naturalmente fatal. Num instante todos riem e se divertem, se casam e se dão em casamento, mas a qualquer momento cairão mortos. E esta morte não será o descanso que muitos esperam; com certeza ela é parte do castigo!

É necessário, portanto, a exemplo das serpentes no deserto, que algo semelhante ao pecado seja levantado numa haste, e assim, olhando para este substituto sejamos salvos do flagelo.

Uma haste foi levantada num lugar chamado Calvário, a cruz. Nela estava a semelhança do que estava nos matando, o pecado. Este pecado estava em Jesus mas não era dele. Ele carregou o que era nosso. Aquilo que era nossa condenação foi levada sobre Cristo; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelos seus sofrimentos fomos sarados.

O Filho de Deus, chamado o Filho dos homens, foi levantado como a serpente no deserto, num lugar de morte. O levantar da cruz não é o sussurro da derrota de Jesus, mas o grito do Eterno sobre nossa oportunidade de vitória.

Olhai para ele todos vós que fostes envenenados com o pecado! Pois todo aquele que olhar para Ele será salvo! (Isaías 45:22).

Socorro do alto ou do Altíssimo?

"Levanto os meus olhos para os montes e pergunto: `De onde me vem o socorro?' O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra" (Sl 121:1-2)


Alguns povos da antiguidade tinham a prática de construir seu lugar de culto e adoração aos seus deuses nas partes altas dos montes. Talvez a intenção de construir esses “lugares altos”, desta forma, era demonstrar a superioridade de seus deuses com relação aos outros. Uma maneira de dizer que “eles estão acima de nós”.

Contudo, à um povo foi revelado um Deus que está acima de todos, o Deus Altíssimo. Esse povo, por muitas vezes, devido sua incredulidade, buscou outros deuses na hora da angústia. Quando entendiam que seu Deus Altíssimo não lhes era favorável, buscavam os deuses dos lugares altos. Trocavam, vez ou outra, o Deus Altíssimo pelos deuses que ficam no alto.

O salmista, no versículo destacado, levanta uma questão: “Onde escontro socorro: no alto ou no Altíssimo?”. Talvez esse seja um dilema muito atual: Onde buscar socorro? Parece-me que ainda existem, pelo menos, duas alternativas: o criado e o Criador. O colete salva-vidas, criado para a hora da emergência, utilizado segundo a capacidade, necessidade e conveniência do usuário. E o salva-vidas, que interage com o necessitado de acordo com sua própria sensibilidade e experiência.

Mas, há uma constatação maravilhosa: o meu socorro vem do Senhor!

Obrigado, Senhor, por ser o meu socorro! Pois quando estou em apuros não sou capaz de colocar o colete salva-vidas. Quando estou me afogando, o Senhor, no tempo certo, pula na água e me resgata.

Posso até olhar para o colete, mas sei que é o prórprio Salva-vidas quem me salva. Posso até olhar para os montes, mas sei que meu socorro vem do Senhor.